Empresa diz que ele violou cláusulas de confidencialidade; Blake Lemoine chegou a entregar documentos a gabinete de senado
O Google demitiu o engenheiro Blake Lemoine por ter dito que uma inteligência artificial desenvolvida pela empresa havia adquirido consciência e tinha sentimentos. O funcionário já havia sido posto de licença no mês passado.
A empresa alega que Lemoine violou regras de confidencialidade da companhia. Segundo o Google, as afirmações do engenheiro sobre a inteligência artifical LaMDA são infundadas.
Um dia antes de sua suspensão, contou Lemoine, ele entregou documentos ao gabinete de um senador dos Estados Unidos, alegando que eles forneciam evidências de que o Google e sua tecnologia estavam envolvidos em discriminação religiosa.
O Google, por sua vez, reforçou que seus sistemas conseguem imitar os movimentos de uma conversa e podiam divergir sobre diferentes tópicos, mas não tinham consciência.
“Nossa equipe – incluindo especialistas em ética e tecnólogos – revisou as preocupações de Blake de acordo com nossos princípios de IA e o informou que as evidências não apoiam suas alegações”, disse Brian Gabriel, porta-voz do Google, em comunicado.
Lemoine, um veterano militar que se descreveu como pastor, ex-presidiário e pesquisador de IA, disse a executivos do Google tão graduados quanto Kent Walker, presidente de Assuntos Globais da companhia, que acreditava que o LaMDA era uma criança de 7 ou 8 anos de idade.
Ele queria que a empresa buscasse o consentimento do programa de computador antes de realizar experimentos nele. Suas alegações foram baseadas em suas crenças religiosas, que afirmou serem discriminadas pelo departamento de recursos humanos da empresa.